"Damião Vela" é julgado em Juazeiro por envolvimento nas mortes dos policiais Amarílio e Dedé Bezerra
- 26/05/2023
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Damião Vela participou da sessão do Tribunal do Júri direto de São Paulo. Foto: Reprodução
Na sessão do Tribunal do Júri desta quinta-feira em Juazeiro ocorreu o julgamento de mais um dos homens envolvidos nas mortes de Amarílio e Dedé Bezerra. Damião Érico Cavalcante Nicolau, de 36 anos, apelidado por Damiãozinho, Gaspar, Vela ou ainda Gringo participou por videoconferência direto de São Paulo, onde está preso. A sessão terminou no início da noite e Damião foi condenado a 22 anos de prisão pela morte de Amarílio.
O Conselho de Sentença não considerou culpa do réu na morte de Dedé Bezerra, que foi assassinado pelo pistoleiro após o ex-policial civil ter tentado agarrar o matador. Nessa condição, a sentença lida pelo Juiz de Direito João Pimentel de Brito, que presidiu a sessão, destaca que Damião agiu com consciência em busca do resultado criminoso diante de Amarílio, o homem marcado para morrer. Cita ainda os péssimos antecedentes criminais do réu.
O magistrado não reconheceu o direito de Damião apelar em liberdade e ele já é condenado a 55 anos de prisão por outros crimes praticados. Na noite do dia 20 de setembro de 2011, na Praça do Giradouro em Juazeiro, foram mortos a tiros de pistola o vereador, sargento, advogado e secretário municipal, Amarílio Pequeno da Silva, de 52, e José Alves Bezerra, de 55 anos, o Dedé da Civil. Na época, Damião era detento da Penitenciária Industrial do Cariri de onde teria coordenado a ação mediante pagamento.
As vítimas faziam cooper na praça e o assassinato de Dedé Bezerra ocorreu após este esboçar reação em defesa do seu amigo Amarílio tentando segurar o pistoleiro. De acordo com as investigações, Damião teria contratado Paulo Victor Lopes Monteiro, o PV Galego" ou "Bebê", que era homem da sua confiança. Já este contratou o pistoleiro Jonatan Marcos de Oliveira, o Tiago Pernambuco, julgado no dia 18 de março de 2014 e condenado a 38 anos de prisão estando preso.
Paulo Victor foi condenado à revelia a 60 anos de prisão no dia 2 de junho de 2016 e segue recolhido à Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Num dos seus depoimentos, disse ter recebido R$ 10 mil e pagou R$ 2,5 mil a Tiago e igual valor a Ramon que respondeu pela entrega da pistola .40, apontou a vítima e garantiu a fuga ao executor. Paulo Victor confessou ter sido contratado por Damião desde a Penitenciária de Juazeiro.
Num primeiro momento, Paulo Victor foi preso no Ceará, mas fugiu e terminou recapturado em Maceió (AL) quando esteve envolvido num sequestro. Além disso, é acusado de assaltos a bancos e estabelecimentos comerciais em vários estados, extorsões, homicídios e associação criminosa. Da mesma forma, considerado de alta periculosidade e, até hoje, o segredo sobre quem tinha interesse no assassinato de Amarílio Pequeno paira entre Damião e Paulo Victor.
Já Damião foi recapturado no dia 26 de abril do ano passado no município de Jaguariúna (SP) e o mesmo ainda tentou corromper a polícia para ser liberado.
Damião era foragido do Ceará e apontado pela polícia como de alta periculosidade. Na casa onde estava os policiais apreenderam um revólver calibre 38, crack, cocaína, celulares, balança de precisão, cadernos com anotações pertinentes ao tráfico de drogas.
Além disso, um carro, uma moto e 140 Kg de insumos para fabricação e desdobramento de drogas. Damião estava foragido desde um resgate no dia 12 de dezembro de 2017 da cadeia pública de Milhã, cuja ação resultou na morte do Sargento Izaías dos Santos Lima, de 41 anos. O PM tentou evitar o resgate dos presos pelos criminosos encapuzados e empunhando armas longas de grosso calibre.
Por Demontier Tenório
Miséria.com.br