Protetores de animais fazem manifestação contra corrida de jumentos em Juazeiro do Norte
- 31/07/2023
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Foto: Ilustrativa/ Reprodução
A tradicional corrida de jumentos do Sítio Amaro Coelho, realizada nesse domingo (30), em Juazeiro do Norte, foi marcada por manifestações contrárias à realização do evento. No local, protetores de animais pediram o cancelamento da festa, apontando a existência de maus-tratos.
É um meio de cultura arcaico. De toda forma existe o exagero, existe maus-tratos, um sol escaldante, e a gente sabe que acontece realmente a falta de cuidados com esses animais, disse a representante da Federação de Proteção Animal e Meio Ambiente do Ceará (Fepama), Eliziane Lucena, à TV Verdes Mares Cariri.
Nas redes sociais, uma campanha foi lançada para impedir a realização do evento. A vereadora Jacqueline Gouveia (MDB) chegou a mencionar o prefeito Glêdson Bezerra (Podemos) em uma publicação em que ela pedia o cancelamento do evento.
Não entendo como algumas pessoas se divertem com a humilhação e sofrimento dos irmãos animais. Os jumentos correm porque apanham para isso. Glêdson Bezerra, espero que um dia isso seja banido de nossa cultura, escreveu a parlamentar.
Em resposta, o prefeito justificou que o evento é particular. A prefeitura não tem o poder de proibir nenhuma atividade, saldo quando exista uma lei proibindo a prática. Portanto, não é de atribuição do prefeito fazer leis. Essa prerrogativa é da Câmara de Vereadores. Caso a Câmara venha a proibir esse tipo de atividade, estarei aqui para sancionar, afirmou.
Na Câmara Municipal, um projeto de lei (PL) que visa proibir a realização de corridas de jumentos no município tramita na Casa desde meados de junho. A matéria é de autoria Jacqueline Gouveia (MDB). Ela já havia apresentado um projeto com esse mesmo teor no ano passado, mas a matéria foi rejeitada por 8 votos a 3.
Já tentei, por duas vezes, uma lei que proíbe essa prática primitiva e cruel, mas infelizmente não consegui, disse Jacqueline Gouveia.
Organizadores negam maus-tratos
Os organizadores do evento contestam os apontamentos dos protetores de animais. Segundo Luiz Neto Callou, que organiza a festa desde 1999, há um regulamento que proíbe o uso de chicotes e objetos perfuro-cortantes. O dono do jumento corre só com o cabresto, não usando espora, nem chicote, nada cortante. A gente entende que a gente tem que preservar a parte do animal, explicou.
Por Rogério Brito
Miséria.com.br
